27 de dez. de 2009



Ahhh !

Eu voltei a ler Clarice, mas dessa vez decidi andar com uma marca página amarela e marcar as partes que gosto. Sempre fiquei correndo atrás de passagens nos livros que lia e nunca conseguia achar. Lendo umas 10 páginas novamente. Então dessa vez, como uma boa leitora de livros de sebo, decidi deixar minha marca nos livros. Não só as marcas sujas dos meus dedos, mas também as marcas reias dos momentos febris que passo lendo alguns trechos de certas obras.Neste momento leio Água viva, livro pelo qual sinto que todo tempo ocorre um êxtase da autora. Uma evolução infinita de gozos e tentantivas de explodir e cair no zero, no caos.Gostaria de compartilhar um momento que tive no começo do livro, pagina 41 de uma versão pocket, já com alguma coisas marcadas, dada de presente por uma mulher chamada Rose em Janeiro de 81. (rs)


Lá vai:


(...) " Estou de olhos fechados. sou pura inconsciência. Já cortaram o cordão umbilical: estu solta no universo. Nao penso mas sinto o it. com olhos fecahdos procuro cegamentoe o peito: quero leite grosso. Ninguem me ensinou a querer. Mas eu já quero. Fico deitada com olhos abertos a ver o teto. Por dentro é a obscuridade. Um eu que pulsa já se forma. Há girassóis. Há trigo alto. Eu é."


Ass: F.

por T.C.F

25 de dez. de 2009

Doppelgänger

(E se agora eu quisesse ser mais um? E se eu continuasse funcionando no meu corpo, mas fosse também um outro igual a mim treinado para tomar conta da minha ânsia e dos meus sussurros, como eu me sentiria? E se eu pudesse me dividir ao meio feito uma célula imaginária, criar e alimentar um doppelgänger desde o tempo microscópico até a fenotipia adulta de um jovem em uma fração de minutos, me pergunto, com medo: Como esse jovem me retribuiria?
Porque o tamanho dessa vida, só eu vejo. A força aplicada a ela, só eu conheço. O silêncio implodido no organismo, só eu escuto. E a respiração entre uma boca e outra é só a mim que me atravessa. O duplo sufoca-se num só.

Inteiro?)








por Thayse Figueiredo.

22 de dez. de 2009

sem mais....


 
*Existe algo de heróico nesta canção que me impossibilitaria de sequer traçar um paralelo entre ela e um dia como esse, vidrado, feito de tons cinzas (e agora sem as variações de antes).

Lembrei da melodia por causa de uma infeliz fissura na estrutura das coisas, justamente a fração de segundos em que a forma aparece por trás de outras e mostra para você que ela está lá cantando, mas não se desprende ou se desvela com os ares puros de uma intenção salvadora. Não conhecia o clipe, mas ele veio em boa hora me dizer que....


[my mouth is hiding,

but I've got smiling eyes.

who are all those who greet me?

does it matter if i know? ]



sem mais...